Volley

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          No início de 80, num fim de tarde em que eu voltava da escola, do período de encontros e da Chapa Novação, no caminho  de casa me perguntava o que me seria nesse mundo, pois não pertencia a ele, e pensei em Jesus ;

‘E prosseguiu: Vós sois cá de baixo, eu sou lá de cima; 

vós sois deste mundo, eu deste mundo não sou.’ Jo 8.23

          Combinara com os colegas de classe nos encontrarmos a um trabalho escolar [de Inglês], e ao retornar p’ra casa, uma ‘voz’ me atormentava rumo à contaminação, sem que eu aceitasse ‘no quê’ estava sendo instigado por saber que dia me esperava;

‘Apareceram agora e não há muito, e antes deste dia delas não ouviste, 

para que não digas: Eis que já o sabia.’ Is 48.7

          Decidira tentar o Volleyball, e após terminar o trabalho escolar, passamos, eu e um colega, em minha casa, peguei as roupas e fomos a determinado clube a testes e sabermos se ali continuaríamos, muito nos demorando; esse dia foi de perturbação, porque ninguém queria que eu fosse ao tal clube, mas eu era um esportista e não havia quem me fizesse não ir! Queria ir, fui, e ponto final; não estava fazendo nada de errado, então ... por que não ir?

          O treino terminou por volta das 22 hs e o ônibus demorou; cheguei em casa já por volta das 23:30 hs e meus Pais estavam loucos da vida me esperando no ponto de ônibus, e assim que me viram começou a reclamação; ficaram muito bravos e por muito pouco Ele não me deu ‘2 sopapos no ½ da orelha’ simplesmente por aquelas não serem horas de se andar na rua; tive vergonha das pessoas que viam a cena e respondi, somente, que não me importava com que os outros faziam porque eu não estava fazendo igual; eu seguia meu caminho e respondia por mim.

          Fiquei triste porque não fazia nada de errado: não andava em bares, não bebia, não fumava nem usava drogas; minha vida era escola e ajudá-los na loja, em q todos os dias ia na hora do almoço levando a comida na sacola e lá ficava até à tarde, qdo retornava com a algibeira leve [pratos, talheres e panelas], e, chegando, ia jogar bola, ou em frente de casa, na rua ou no campo de várzea do antigo Instituto Ana Rosa, ou na quadra de futebol de salão que ficava do outro lado do rio, a uns 200 metros [atual Casa de Cultura do Butantã - qual imagem, posteriormente descrita por João, um dos colegas de time [lembro-me que por 8 vezes, só no dia da mudança do nº de casa, em que lá foi no justo instante a me chamar p'ra bola], fora profetizada por Enoque, porteiro da quadra de Bocha que havia no local [ao lado do salão de baile, com sua inesquecível descrição do verso de Isaías sobre a 'sinuosidade' , no chão].

          Esta era a minha vida e da Forma que passei pela infância e adolescência; mas a partir desse dia em que houve a discussão, as águas se dividiram ... E o fio virou!

          Seu zelo se manifestou, e sei que Eles queriam o meu bem, mas este dia dividiu o meu mundo, minha mente, minha vida! Passei essa noite em claro, porque nunca falei ao meu Pai da voz que ouvi debaixo do chuveiro nem de certas coisas que me aconteceram na infância e adolescência ... e nos dias seguintes comecei a fumar com os colegas da escola.

           Foi essa época de AC/DC, em que aos Domingos eu lavava a Variant ouvindo o programa de Rock na Cultura AM, no Blaupunkt da console; até, às vezes, dava volta no quarteirão .. e .. num desses [domingos], saí p’ra passear com o Bengo, e ao voltar e entrar na sala, Ele me falou: ‘Pensas que enganas alguém, rapaz?’..

          .. isso disse, porque eu cheirava a cigarro [e não à outra coisa] .. 
          .. mas .. quem disse que eu queria enganar? 
          .. simplesmente tinha vergonha de fumar à Sua frente. 


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segue: AMAN

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